Água, vento, tempo e uma vaca: é tudo o que você precisa para resfriar seu rebanho leiteiro no verão – parte II

Água, vento, tempo e uma vaca: é tudo o que você precisa para resfriar seu rebanho leiteiro no verão – parte II

23/03/2020 Uncategorized 0

Na semana passada publicamos aqui a primeira parte do artigo de Israel Flamembaum sobre resfriamento de vacas.

Como molhamos as vacas adequadamente?

Vários fatores influenciam a qualidade com a qual as vacas são molhadas, entre as quais o tamanho das gotas e a força com que penetram na superfície do corpo das vacas, que dependem do tipo e da distância dos aspersores utilizados.

Gotas muito pequenas podem não penetrar o pelo das vacas, impedindo o contato entre a água e a pele das vacas, afetando o resfriamento. Até mesmo ventos laterais naturais soprando perpendicularmente às gotas podem desviar a água para os lados, mantendo a vaca seca.

A frequência com que são molhadas também é um fator importante. Estudos demonstram que a aspersão de água combinada com ventilação forçada a cada 5 minutos resultam em um resfriamento máximo, enquanto que a aspersão em intervalos maiores reduz a qualidade do resfriamento.

Portanto, a primeira condição para que se atinja um bom resfriamento é os animais serem molhados adequadamente.

Vento

Uma evaporação adequada da superfície da vaca, especialmente em regiões úmidas, requer a ventilação de alta intensidade das vacas. Neste ponto, novamente, a pesquisa nos deu um auxílio e descobriu que a ventilação forçada a uma velocidade de 3 metros por segundo, quando combinada com aspersão de água a cada cinco minutos, poderia resultar em um resfriamento ótimo.

Minha recomendação é que todas as fazendas produtoras de leite tenham um anemômetro e posicionem os ventiladores na sala de espera, pista de alimentação e área de descanso de acordo com a velocidade do vento gerada pelos ventiladores. Ademais, em relação à operação dos ventiladores, os ventos laterais naturais podem ter um maior impacto na qualidade da ventilação.

Em minha experiência, tais ventos podem diminuir a velocidade do vento gerado pelos ventiladores pela metade na pista de alimentação, sala de espera ou área de descanso. Para evitar o impacto negativo destes ventos naturais no verão, recomenda-se bloqueá-los através de cortinas ou paredes feitas de materiais mais sólidos e que possam ser removidos no inverno.

Tempo

O fator tempo é muito importante para o sucesso do resfriamento das vacas. Refere-se ao total cumulativo de horas durante o dia para as vacas serem resfriadas no verão, bem como os intervalos entre as sessões de resfriamento.

As vacas de alta produtividade geram mais de 2.000 watts de calor e, para liberá-lo ao ambiente através do resfriamento, elas precisam ser intensamente resfriadas por um longo período durante o dia.

Um grande erro é pensar que resfriar as vacas por alguns poucos minutos antes de cada sessão de ordenha seja suficiente para resfriá-las. Com base em estudos recentes, sabemos que para dissipar a maior parte do calor gerado pelas vacas de alta produtividade durante o dia, é necessário resfriá-las por 4 a 6 horas seguidas por dia, e pelo maior número de vezes possível.


Qual a duração ótima de cada sessão de resfriamento?

Em breve publicaremos a parte final deste artigo, trazendo as recomendações de duração das sessões de resfriamento.

Fonte: https://www.milkpoint.com.br/contato/noticias-agripoint/agua-vento-tempo-e-uma-vaca-e-tudo-o-que-voce-precisa-para-resfriar-seu-rebanho-leiteiro-no-verao-parte-ii-97286n.aspx

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